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domingo, 25 de outubro de 2009

"Nossos Linguajares" apresenta diversidades linguísticas no Brasil



a meninada da 504
a diretora veio nos prestigiar
Júlia mostrando livro de Franklin Cascaes

Rodrigo explicando a influência da condição social

os pais prestigiaram




Então... Aconteceu a Feira da Curiosidade, no dia 24 de outubro, no Antônio Ramos. E foi lá que a 504 apresentou o trabalho “Nossos Linguajares”. Através de cartazes, áudios, vídeos, cordéis, livros, artesanato e de uma explicação redondinha, os alunos mostraram a quem foi visitar que os linguajares têm como influência as condições sociais, a história e a região onde a pessoa mora. A sala reunia também a 501 (História do Chocolate) e a 502 (Origem dos Números).

Inicialmente, Luis Felipe falou sobre as influências dos linguajares e um pouco sobre a história dos sotaques no Brasil. Luana, com alguns áudios (Carmen Miranda, Repórter Esso, cantiga de amigo, Moreira da Silva) e trecho do Jornal Itajahy (1884) mostrou que assim como a nossa língua é viva e está sempre em transformação, nossas falas também são. Inclusive, havia uma lista de gírias antigas e atuais.

O Rodrigo e Mateus mostraram que a condição social em que a pessoa vive acaba influenciando na sua fala. Também há a influência do lugar onde a pessoa trabalha, se mora na periferia ou numa classe nobre, se seus pais foram escolarizados ou não, qual o círculo de amizades, entre outros fatores. Os visitantes puderam ouvir o rap dos Racionais, o “Chopis Centis” do Mamonas Assassinas, as falas de um usuário de drogas, um pescador, uma jornalista e a de um morador do Nossa Senhora das Graças, popular Matador. Folhearam e se divertiram com o livro do seu Creyson e ver o dicionário dos surfistas. Os meninos deixaram claro que, mesmo que a pessoa tenha um jeito de falar “errado”, deve haver respeito, já que nem todos tiveram as mesmas oportunidades de estudo.

Gabriel mostrou que o linguajar também vem com o local de onde a pessoa nasceu, morou, ou até visitou. Havia áudios com músicas de cordel, Pampa Pobre (gaúcha), Cuitelinho (do interior de Mato Grosso), Sai Preguiça (Goiás), Papa Siri (Córea) e uma com um língua indígena de Rondônia (aqui já não se muda o linguajar, mas a própria música). Quem conversou com Gabriel pôde ver que dentro da nossa própria cidade há diversos sotaques, havia um italiano, alemão, japonês e português. Com a Mayra, estavam vários vídeos com pessoas de diversas regiões do Brasil, de Norte a Sul. Através da entonação e diferentes vocábulos, as diferenças eram constatadas.

A Júlia teve o livro de Franklin Cascaes (grande pesquisador da fala do povo da ilha catarinense), acompanhado do artesanato da minha cunhadinha Raquel (argila sobre folclore açoriano) e o dicionário Peixeiro. Também, na mesa, alguns cordéis que registram exatamente a fala do povo nordestino (região onde é muito forte o impresso) e o dicionário Pernambuquês. As meninas Maria Eduarda e Jéssica estavam com os dicionários do interior de São Paulo e o Mineiro, para quem quisesse matar a curiosidade, “uai, tchê!!”.

Durante esta manhã, os visitantes puderam constatar que os diferentes linguajares de nosso Brasil, tornam nossa cultura ainda muito mais rica. Parabéns a toda a galerinha e aos pais que prestigiaram. É bom registrar que não só nosso trabalho ficou lindo, mas os das outras turmas também!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Recital de Cordel em Itajaí (Platéia.set.2008)

Cordel em Itajaí

Abdias Campos, o poeta cordelista, violeiro, ator declamador e cantador, aquele que participou da minissérie “A Pedra do Reino”, de Ariano Suassuna, apresentou “O Mundo Maravilhoso da Poesia de Cordel”, ao lado do violonista André Freitas, em umas das noites do Viapoesia – Circuito de Espetáculos da Palavra: evento promovido pelo SESC. Tudo aconteceu de 08 a 11 de agosto, no NEFA – Núcleo de Experimentos de Formas Animadas.
Quem esteve presente naquela noite colorida enfeitada por xilogravuras, com o sotaque e o som do sertão nordestino, certamente teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre a história da literatura de cordel, que iniciou já na Idade Média, quando trovadores europeus divulgavam velhas histórias nas praças, em textos memorizados e cantados por cegos em troca de esmola. “Sua primeira feitura/ na Europa aconteceu/ Tipógrafos do anonimato/ Botaram o folheto seu/ Pra ser vendido na feira/ E assim se sucedeu/ Foi Portugal que lhe deu/ Este nome de cordel/ por ser vendido na feira/ Em cordões a pleno céu/ Histórias comuns, romances/ Produzidos a granel”, explica Abdias em um de seus cordéis. A cultura foi trazida ao Brasil no século XVII, com os colonos portugueses e espanhóis. Estas histórias eram decoradas por quem sabia ler, transmitida de forma oral e transformada pela memória do povo. E foi no Nordeste que, no Brasil, o cordel se iniciou, com os versos expostos nas feiras.
Para Abdias, o sertão nordestino é muito diferente daquele mostrado na televisão. “O sertão nordestino é muito lindo”. E foram alguns causos nordestinos que ele declamou, como o casamento de Maria do Mercado, com o Poeta de “Cordé”. Ele falou que toda pessoa que mora no sertão já nasce poeta: “somos descendentes de trovadores e índios” e ele cantou também sobre o feitio da poesia: “Alinha-se no papel/ em poesias espessas/ por muitas letras impressas/ na alma do escritor/ Desenrola carretel/ esses fios condutores/ para tecer os amores/ as musas descem do céu/ Entrecortando o papel/ com fios de inspiração/ numa movimentação de versos, rimas e clamas/ alinhavando pessoas/ na poetização/ Poeta de inspiração/ das subjetividades/ no entorno das cidades/ ou nos confins do sertão/ jeito de camaleão/ na transmutação das cores/ extraindo os olores/ dos versos que canta/ e faz como se fosse capaz/ de estimular os sabores”.
O Viapoesia trouxe a poesia declamada nas suas mais diversas formas. Houve também a oficina “Que coisa é essa, a poesia?”, com Cristiano Moreira, o Sarau Literário com o grupo CLAP; o espetáculo Trêmulo Corpo, com Ryana Gabech; e o TAMBAKA performance poética, com Ricardo Corona.
Então, o que deve ser poesia? Registro os versos de Abdias: “Poeta de coração/ ou coração de poeta/ Qual a maneira correta/ pra essa conceituação?/ Quem tentar achar razão/ para tal alegoria/ tem que ver o que não via/ no coração de quem sonha/ terá que dormir na fronha/ babada de poesia.”

Cordel na sala

xilogravuras

alguns dos cordelistas

xilogravurando.... é assim que se diz????


cordéis no cordão



muita dedicação




Cultura popular típica no Nordeste entra nas salas de alunos do Antônio Ramos e Mansueto Trés. A literatura de cordel foi trabalhada com meus alunos em agosto desse ano: mês do Folclore. Inicialmente, contei um pouco sobre a história do cordel, que iniciou já na Idade Média, quando trovadores europeus divulgavam velhas histórias nas praças, em textos memorizados e cantados por cegos em troca de esmola. O nome originou-se em Portugal, pois nas feiras os folhetos eram pendurados em barbantes. No Brasil, ele criou suas raízes no nordeste. Enquanto ficam expostos, é comum os violeiros chamarem a atenção da freguesia cantando seus causos acompanhados da viola.
Apresentei aos alunos também um dos cordelistas mais renomados do Brasil: Patativa do Assaré. Também puderam apreciar através de um vídeo a apresentação de Abdias Campos (Pedra do Reino), de agosto do ano passado, durante o Via Poesia, aqui em Itajaí.
Mas cordel não é só poesia, é também xilogravura. Algumas delas foram passadas de mão em mão. E a técnica feita na madeira também foi mostrada, através de gravuras. Mas a confecção de nossos cordéis foi com isopor.
Inicialmente, fizeram suas poesias, com muitas rimas. Já que era uma boa maneira para se expressarem, muitos falaram sobre os problemas sociais, drogas, enchente de novembro e até sobre a gripe suína que estava amedrontando a rapaziada na época. Entretanto, o tema que se sobressaiu foi o amor, com muitos corações xilogravados.
O resultado colorido e muito belo foi exposto no varal, para que as demais turmas pudessem também conhecer essa cultura popular.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A paz em zines

analisando outros zines

com a mão na massa

"essa galera era muito doida"


que brotem novos zineiros



Colagem, foto, informação, poesia e crítica. Tudo isso misturado à criatividade. Assim foram as oficinas de fanzine realizadas durante a manhã desta quarta-feira, no Mansueto Três. O tema foi PAZ. Na ocasião, aproveitei a oportunidade para levar os diversos materiais que tenho guardados no baú. Mesmo cheirando a mofo, e dando coceiras no nariz, eles me levam à saudosa época do curso de Jornalismo. Havia fanzines até das oficinas do ERECOM (Encontro Regional de Comunicação) que aconteceu na Univali em 98.
A criançada pôde manusear o Cuspe, o Zona Underground, Nervous Breakdown, o Nacaruda e o ... Alguns zines que circulavam na época pelos corredores da faculdade, ao som do violão dos meninos, que estavam sempre tirando um rock’n roll. A meninada do Bambuzal pôde ver que dá para se fazer uma comunicação mais alternativa sem se gastar muito. Quem sabe alguma dessas crianças alguém não se inspire a fazer um zine sobre sua banda favorita, esportes, poesia, ou sobre os problemas e atrativos de sua comunidade?
A paz foi manifestada através de globos azuis, sorrisos de crianças e abraços de família. Também foi demonstrada através da não-paz, com imagens de guerra e muita tristeza.
A conversa foi para que eles sejam seres pacíficos, não passivos. Seres que pregam pela paz de espírito, de consciência, sim. Mas seres que lutam por seus direitos e que sabem quais seus deveres. Temos que educar cidadãos que lutem pela paz, mas que não sejam passivos à corrupção, desrespeito à humanidade e à natureza. Seres que digam não à crueldade, à hipocrisia, à politicagem.
Enquanto faziam seus zines, um dos sons que rolou além do álbum “Na Paz”, de Fernanda Abreu; dizia assim “Se queres paz, te prepara para a guerra. Se não queres nada, descanse em paz”. Sim, Engenheiros do Havaí.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Divulgando nossos eventos, através de fôlderes
















O trabalho foi realizado com todas as 5as, no Antônio Ramos; e 7as e 8as, no Mansueto Três. Em ambas fiz sobre os eventos que serão realizados no mês de outubro: Feira da Curiosidade (Antônio Ramos) e Noite das Estrelas (Mansueto). Inicialmente, passaram uma aula podendo manusear diversos fôlderes ligados às mais variadas áreas, principalmente à cultura: encontros universitários, festivais de música, fórum cultural mundial, festival de teatro, pontos de cultura, artistas plásticos, encontros de ciclistas etc.
Após houve uma conversa para observarmos o que eles têm em comum e o que vem a ser um folder. Foram discutidas as informações fundamentais para a confecção de um ligado a algum evento: local, data, horário, o que é, programação e imagens. Num outro momento, houve uma conversa dos alunos com alguém ligado à história dos eventos. No Mansueto, com a orientadora Bete; e no Antônio Ramos, com o orientador Júlio. Desta maneira, eles conheceram um pouco sobre a história destes eventos escolares e obtiveram informações que poderiam ser acrescentadas em seus materiais.
Antes da confecção, selecionei os critérios de avaliação: pontualidade, respeito ao grupo, linguagem e imagem adequadas, criatividade e informações necessárias.
Acredito que tenha sido um trabalho muito gostoso para todas as turmas. O resultado surpreendeu tanto a mim quanto a eles. Alguns chegaram a fazer no computador, outros colocaram até o mapa para se chegar à escola. Interessante também foram as maneiras como foram dobrados ou recortados os fôlderes. É uma boa sugestão para as demais colegas, pois muitas qualidades foram extravasadas.