http://odeiopedrasnogiz.blogspot.com

domingo, 29 de novembro de 2009

Rumo à lua verde*

equilibristas nas piscinas


oficinas de comidas naturais
malabaristas

dançando com o fogo
publicado no Platéia: março de 2008

Para quem quis trocar as batucadas das baterias do carnaval de rua, as mulheres seminuas das escolas de samba na Rede Globo, ou as loucuras de um carnaval de salão, pelo rock’n roll, teve uma opção: Psicodália. O evento está em sua 11ª edição e, neste ano, foi realizado na Serra do Tabuleiro, em São Martinho.
Tudo começou no sábado, 2 de fevereiro, em que houve a participação da itajaiense Casa de Orates, com sua Trupe Sonora. Os integrantes aproveitaram para fazer o lançamento do CD “O Artesão dos Sonhos”, que contém 11 faixas, representando muito bem o rock psicodélico peixeiro. Além das cerca de 30 bandas que apresentaram seu som no Palco do Pasto, no Palco do Sol e no Morro dos Psicodálicos Uivantes, houve oficinas de malabares, de clown, pandorgas, de música na índia, de máscaras de argila, de tintas naturais, origami e outras. Também, palestras, como a de “Desintoxicação, Cura e Regeneração Através da Alimentação e Medicina Natural”. As barracas marcaram seus territórios nos diversos acampamentos: Mutantes, Casa das Máquinas, Secos e Molhados e A Barca do Sol. Na hora do “rango”, poderia-se escolher o prato feliz que custava 5 reais, ou um buffet livre, com comidinha natural, por 10. E uma das opções foi a Cozinha Comunitária, com todo o pessoal preparando o almoço num fogo em comum, lambuzando-se de frutas e lavando as panelas com a água que vinha diretamente do morro. E água foi o que não faltou. E foi necessário já que o sol não parou de radiar: havia as piscinas naturais, rios geladíssimos e cachoeira (mesmo sendo mais afastada da estrutura). Para limpar o suor das andanças, já que era difícil ficar parado, o Psicodália conta com banheiros com água quente. E, se escolhesse bem os horários, poderia escapar daquelas filas imensas com o pessoal carregando suas toalhas, roupas, xampus, sabonetes, escovas e pastas de dentes... Calor pelo dia e frescor à noite. E, pelas noites, as estrelas cobriam o céu de norte a sul, leste a oeste.
Participar do Psicodália é ter a certeza de que desfrutará de alguns dias, no mínimo, de tranqüilidade; que estará entre pessoas com uma boa energia, e que assistirá a cenas pitorescas, como os tombos dos e das equilibristas que tentavam atravessar a piscina na corda, ou ver o Plá cantando a paz e o show de fogos e labaredas com os malabares. Também, havia feiras de vinis, camisas, artesanato. E, quem presenciou o Psicodália deste ano pôde prestigiar uma das bandas que mais deixaram sua marca no rock brasileiro: a Casa das Máquinas, que retornou justamente no Palco do Pasto, no carnaval mais rock’n roll brasileiro. A banda, que teve sua origem na década de 70, foi formada por alguns ex-intergrantes da The Clevers e Os Incríveis, e teve como objetivo fazer um trabalho menos comercial. A atual formação é composta por Luiz Franco Thomaz (Netinho) na bateria e percussão, por seu irmão Marinho Thomas na segunda bateria, Mario Testoni nos órgão, teclados e piano, e ainda no baixo e vocal Andria Busic (Dr. Sin) e, na guitarra, Faíska. Como disse Andria “Esse é o evento mais bonito que eu já vi na minha vida. Hoje estamos vendo uma banda de passado, presente e futuro.” Com sua voz rouca, Netinho desejou: “Que este acontecimento dure pra sempre, porque o que nós podemos fazer é isso: música!”.
O show combinou com o clima do evento, um exemplo foi a “Vou Morar no Ar” e “Casa de Rock”. Mas, afinal, por que passar o carnaval no Psicodália? “Queria conhecer alguma coisa diferente do carnaval comum. O som é diferente do carnaval normal. Tem oficina de arte, muita música boa, o lugar é lindo e o pessoal tem cabeça aberta”, disse Renan Ferreira, de 21 anos, morador de Florianópolis.
Mais informações sobre o evento, pelo: www.psicodalia.mus.br.

* Trecho da música “Lar de Maravilhas”, da Casa das Máquinas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por sua atenção
Rubia